sexta-feira, 13 de março de 2009

Franquias não sentem efeitos da crise e crescem mais do que o esperado em 2008


Da Redação do Portal do Empreendedor

Maduro e capitalizado, o setor busca as oportunidades que surgem nos momentos de turbulência para crescer no Brasil e no exterior

A Associação Brasileira de Franchising (ABF) anuncia o desempenho do setor de franquia no Brasil durante o ano de 2008 e constata que a crise financeira internacional não atrapalhou os planos de crescimento das empresas, tanto no Brasil, como no exterior. Em 2008, o setor faturou R$ 55 bilhões, 19,5% a mais do que em 2007. O número surpreendeu a Associação, que havia previsto um crescimento de 17% para o período.

Para o diretor executivo da ABF, Ricardo Camargo, apesar da crise internacional assustar consumidores de todo o mundo, outros fatores impactam positivamente o setor. “No Brasil, os setores mais afetados com a crise - automobilístico, financeiro e construção civil – não são representativos no mercado de franquia. Além disso, três fatores contribuíram – e muito – para os números no ano passado: aumento dos níveis salariais, aumento da taxa de emprego verificado até outubro e acesso das classes C e D ao consumo”, explica o executivo.

Outro argumento do executivo da ABF é que, historicamente, quando o mercado sofre com demissões, o setor de franquias acaba recebendo muitos novos interessados. “Ao perder o emprego, muitos profissionais optam pelo negócio próprio e, nesse momento, o modelo de franquia leva muitas vantagens”, afirma, ressaltando que, de dezembro para cá, as redes associadas registraram um aumento de 25% no número geral de interessados em adquirir uma franquia.

Para 2009, a expectativa é que o setor continue crescendo. A ABF estima um crescimento de 13%, já considerando o fator crise. “Estamos sendo conservadores, uma vez que as redes estão mantendo seus planos de investimento inalterados para o ano . Outro fator favorável para a expansão das redes é que os pontos comerciais tiveram queda de preço. Para quem deseja iniciar no mercado de franquias, o ponto comercial, na maioria das vezes, é o investimento mais significativo. Com a crise, o preço desses ativos caíram no Brasil e no mundo”, explica Camargo.

No cenário internacional, as franquias brasileiras também estão buscando aproveitar das distorções causadas pela crise. Os ativos estão mais baratos e o câmbio está favorável aos produtos brasileiros. A ABF acredita que a crise pegou o setor capitalizado – os últimos 18 meses foram muito positivos para o setor – e ainda mais maduro. “É hora de aproveitar as lacunas que o mercado oferece”. 

No sentido inverso, ou seja, a vinda de redes de franquia para o Brasil, também deve se acentuar daqui para frente, já que o Brasil tornou-se o país mais seguro para novos investimentos, em detrimento da China, Rússia e Índia. “No franchising mundial, o Brasil é visto como referência. Ocupa a quarta posição no ranking e está no comando do principal órgão internacional do setor, o World Franchising Council, o que auxilia muito na criação de uma imagem positiva para o setor”, explica Ricardo Camargo.
Números de 2008
De acordo com o levantamento da ABF, no ano passado, o sistema de franchising registrou um faturamento de R$ 55 bilhões, que representou um aumento de 19,5% em relação a 2007. Em 2008, 200 novas empresas adotaram o modelo de franquias como estratégia de crescimento, o que contribuiu muito para o aumento do faturamento do setor  e também das unidades franqueadas, que somam quase 72 mil.

Atualmente, operam no Brasil 1379 redes de franquia, responsáveis por aproximadamente 648.000 postos de trabalho diretos e 2.592.000 indiretos. Para o estudo de desempenho do setor, a ABF reúne os franqueadores em 12 segmentos. O levantamento utiliza os dados fornecidos pelas redes associadas (cerca de 600 marcas) mais dados de mercado de todo o ano. Os segmentos que mais cresceram em 2008 foram Acessórios Pessoais e Calçados (44,8%), Serviços relacionados a Veículos (31,7%), Vestuário (27,2%) e Esporte, Saúde, Beleza e Lazer (25,8%). Apenas um segmento apresentou queda no faturamento: Limpeza e Conservação (-1,4%).
Abaixo confira o desempenho de cada um desses segmentos:
Acessórios Pessoais e Calçados – Foi o segmento que mais cresceu em 2008. Registrou um incremento de 44,8%. Esse índice é resultado da entrada expressiva de novas e grandes redes no sistema como Havaianas (quiosques) e Baloné (marca de acessórios para adolescentes da mesma rede da Morana). O segmento também registrou um crescimento de algumas redes já consagradas como: Arezzo, Carmen Steffens, Chilli Beans, Morana, Via Uno, World Tennis e Dumond.
Alimentação - Sempre em crescimento, registrou um aumento de 20% em seu faturamento, em 2008. O crescimento também tem origem na entrada de novas redes no sistema – Eisenbaum, Frutiquello Sorvetes, KFC, Koni Store e Rochinha. As grandes redes também cresceram como: BOB’S, AMBEV, Cacau Show, Burger King, Spoleto e Subway.
Educação e Treinamento - Setor apresentou crescimento de 3%. Porém, iniciou o ano de 2009 com boas perspectivas de crescimento. Destaque para as novas redes ACP-SAT (preparatório para Concursos Públicos); Estudo Mais, Projeta Cursos e Tutores.
Esporte, Beleza, Saúde e Lazer - Crescimento de 25,8%. Destaque para a entrada de novas redes como Sorridents, Pelé Club, Zero Depilação,  WISHAWISHA, IGUI Piscinas e  UZ GAMES. Grande crescimento das redes O Boticário, Mahogany, L’Acqua di Fiori, Zástraz Brinquedos.
Fotos, Gráficas e Sinalização - Crescimento de 2,6%. Setor muito pequeno e sem muita variação ano após ano.
Hotelaria e Turismo - Cresceu 11,6% em 2008, registrando crescimento das redes e o incremento de novas marcas como World Study e Intercâmbiocursos.com
Informática e Eletrônicos - Em 2008, o setor cresceu 5,6%. A competição com os grandes supermercados é grande. O setor ganhou duas novas marcas  Notebook Century e Hellow Voip.
Limpeza e Conservação - Único segmento que apresentou retração (-1,4%).
Diminuição em número de unidades em segmentos voltados para serviços em Limpeza e Conservação. Novas Redes: Loc Lav, Primia, Truck Wash.

Móveis, Decoração, Presentes e Imobiliárias-
Crescimento de 7% em 2008 devido ao crescimento do setor imobiliário. Destaque para o ingresso no Brasil da rede americana CENTURY 21 e para as nacionais COLCHÕES ORTOBOM e MMARTAN, que aderiram ao sistema no período. Crescimento das redes   tradicionais como Multicoisas, PortoBello Shop e Casa do Construtor.
Negócios, Serviços e Outros Varejos - Crescimento de 21,1%. Número puxado pelo aumento de unidades das seguintes redes  AM PM Mini Market, Paraná Crédito, Post Net  e pelos entrantes  Agecel, cartório Postal, Chopp Brahma Express, entre outros.
Veículos - Crescimento de 31,7%. Vale lembrar que não está incluído nesse volume a venda de automóveis e, sim, serviços de manutenção, limpeza, aluguel, estacionamento, entre outros. Crescimento do faturamento das seguintes redes: Jet Oil, Localiza Rent a Car, Multipark e Oficina Brasil.  Redes novas: ABC HIPER (pneus) e DNA SECURITY
Vestuário - Com 20% de crescimento, o setor de vestuário registrou o ingresso de marcas fortes como Tip Top, O Poderoso Timão e Mar Rio. Destaque para redes tradicionais como: Caverna do Dino, Hering Store, Hope, PUC, Puket e Scala.

terça-feira, 3 de março de 2009

ABF e Provar/FIA divulgam o desempenho do setor de franquia no último trimestre de 2008 e as expectativas para o primeiro de 2009

A expectativa para os meses de janeiro a março de 2009 é de elevação de 19,4% no faturamento do setor
A Associação Brasileira de Franchising (ABF) acaba de divulgar os resultados da pesquisa sobre o desempenho do setor de franquia no quarto trimestre de 2008 e a expectativa de expansão para o primeiro trimestre de 2009. Realizada em parceria com o Provar – Programa de Administração de Varejo, da Fundação Instituto de Administração (FIA) e a Felisoni & Associados, a pesquisa avaliou os resultados a partir de uma amostra de 53 redes de franquias.

Embora a crise financeira mundial tenha atingido muitos setores da economia, seu impacto ainda não foi refletido no sistema de franquia, que nessa pesquisa aponta crescimento no faturamento no último trimestre de 2008 e projeta índices positivos também para o primeiro trimestre deste ano.

Consolidam a amostra os seguintes ramos de atividade: acessórios pessoais e calçados; alimentação; bebidas, cafés, doces e salgados; beleza, saúde e produtos naturais; comunicação, informática e eletrônicos; construção e imobiliárias; cosméticos e perfumaria; educação e treinamento; entretenimento; escolas de idiomas; fotografia, gráficas e sinalização; hotelaria e turismo; limpeza e conservação; livrarias e papelarias; móveis, decoração e presentes; negócios, serviços e conveniência; outros; serviços automotivos e vestuário.

Do total da amostra de redes participantes da pesquisa, 30% são do segmento de alimentação; 17%, de demais segmentos; vestuário e educação e treinamento respondem por 11% cada um; enquanto escolas de idiomas correspondem a 9%; beleza, saúde e produtos naturais e outros segmentos são responsáveis por 8% cada um, e negócios, serviços e conveniência equivalem a 6%.

Faturamento médio em 2008 cresceu 21,2%:

No quarto trimestre de 2008, foi apurado crescimento de 21,5% no faturamento das redes que compõem a pesquisa sobre o mesmo trimestre de 2007. Os dados projetados para o primeiro trimestre deste ano também são positivos com expectativa de elevação de 19,4% sobre o mesmo período de 2008. Analisando as pesquisas realizadas trimestralmente desde 2007, pode-se perceber que a média de crescimento do faturamento do setor foi de 18,7%, em 2007, e de 21,2%, em 2008.

“Mesmo com bons índices de aumento no faturamento, o que demonstra aparentemente que o setor não sentiu os reflexos da crise no último trimestre do ano, é importante ressaltar que, no acumulado anual quando  consolidarmos  todas  as  empresas,  inclusive  as  de  menor porte,  este  crescimento  poderá  ser  inferior,  entre  18%  e  19%,  no consolidado”, explica Ricardo Camargo, diretor executivo da ABF.

Nesta edição, 5.988 lojas estão representadas, das quais 90% correspondem a unidades franqueadas. A pesquisa aponta, ainda, que na composição da amostra a participação das lojas próprias diverge entre os segmentos, sendo mais elevada para alimentação, com 39,7%, e vestuário, com 11%.

Na amostra, as empresas dos segmentos de educação e treinamento; escolas de idiomas e alimentação se destacam com o maior número de lojas com 26%, 24% e 20%, respectivamente, representando 70% do total de lojas analisadas.
A expectativa para o primeiro trimestre de 2009 sinaliza um crescimento médio de 3,34% na expansão do número de lojas, comparativamente ao trimestre anterior.

Para o período em análise foi possível a consolidação dos resultados para os segmentos de alimentação; beleza, saúde e produtos naturais; educação e treinamento; escolas de idiomas e vestuário, que nesta edição contaram com o maior número de empresas.
No segmento de alimentação, a expectativa de crescimento para o primeiro trimestre no número de lojas é de 3,35% em comparação com o trimestre anterior.  Com relação ao faturamento, apurou-se um crescimento de 16,94% entre outubro e dezembro de 2008, sobre o mesmo período de 2007. A projeção para este segmento é de elevação de 18,3% no primeiro trimestre de 2009, em relação ao mesmo período de 2008.

Durante o ano de 2008, o ramo de alimentação registrou um crescimento médio de 15,7%, se comparado a 2007, um pouco inferior ao crescimento do setor, mas ainda considerado bastante forte.

Crescimento de lojas:

As redes do setor de beleza, saúde e produtos naturais apontam uma expectativa de crescimento de lojas de 6,69% para o 1° trimestre de 2009, em relação à quantidade de lojas até dezembro de 2008. Quanto ao faturamento, as empresas do segmento, participantes da pesquisa, apresentaram taxas de crescimento elevadas nos últimos dois trimestres analisados: 45,67% no quatro trimestre de 2008 sobre o mesmo trimestre de 2007 e estimativas de aumento de 31,68% para os meses de janeiro/fevereiro e março de 2009, sobre o mesmo período de 2008.

Para o setor de educação e treinamento, a expectativa de crescimento de lojas para o primeiro trimestre de 2009, em relação à quantidade de lojas até dezembro de 2008, é de 4,92%.  Em relação ao faturamento, registrou-se um crescimento de 18,48% no último trimestre de 2008, comparando ao último de 2007. Já o crescimento esperado para o primeiro trimestre de 2009 é de 28,81% sobre o mesmo trimestre do ano passado.

As redes do segmento de escolas de idiomas apresentam uma expectativa de crescimento de 0,96% em número de lojas para o período de janeiro a março de 2009 em relação ao número de lojas até dezembro de 2008. Já o faturamento deste setor cresceu 18,50% no quarto trimestre de 2008 em comparação ao mesmo período de 2007. E para o primeiro trimestre de 2009 é previsto um crescimento de 17,99% em relação ao último trimestre de 2008.

Já as redes do setor de vestuário mostram uma expectativa de crescimento no número de lojas de 3,76% para o primeiro trimestre de 2009 em comparação ao número de lojas até dezembro de 2008. O faturamento das empresas deste segmento aumentou 47,93% no quarto trimestre de 2008 comparado com o mesmo período de 2007. Para o primeiro trimestre deste ano, espera-se um crescimento de 30,20% em comparação ao último do ano passado.

Para os demais segmentos, a amostra registrou uma expectativa de variação de 3,04% no número de lojas para o primeiro trimestre do ano. Já em faturamento, a pesquisa apontou um aumento de 11,89% nos meses de outubro a dezembro de 2008 sobre o mesmo trimestre de 2007. A expectativa de faturamento para o primeiro trimestre de 2009 é de 13,41% sobre o mesmo período de 2008.

Mais informações para a Imprensa:
DFREIRE Comunicação e Negócios
Debora Freire, Ivânia Monfort e Iza França
Tel.: (11) 5505-8922