Marcos Gouvêa de Souza
Entre 13 a 16 de Junho ocorrerá em São Paulo a que deverá ser a maior feira mundial do setor de franquias com estimados mais de 50 mil visitantes e área de exposição superior a 30 mil m². Em 2012 o setor de franquias no Brasil poderá atingir R$ 100 bilhões de faturamento.Existem no País mais de 2030 redes de franquias com 93 mil unidades empregando diretamente mais de 838 mil pessoas. São números que impressionam e que por si só já justificariam o País se tornar benchmark no mundo pela estrutura envolvida, organização e visão estratégica que permeiam a evolução recente do setor, méritos que são das empresas que atuam na área e da entidade que coordena todo esse processo.Mas existem outras razões que devem ser consideradas para que o País mereça ser visto como um benchmark global nessa área.
Algumas das maiores franquias do mundo em seus setores são brasileiras. Como é o caso do Boticário, no setor de cosméticos com suas mais de 3000 lojas, ou a Cacau Show com número superior a 1100 unidades no segmento de chocolate. E outras poderão se converter. A Ambev está ampliando seu projeto de bares com suas marcas e pretende atingir 12 mil unidades, o que a tornará também a maior no mundo nessa categoria.Outros segmentos e negócios têm percebido o potencial da estratégia de expansão por meio do franchising. Os conceitos e a diversificação que hoje temos no Brasil são motivos para análise e estudos detalhados pelo que significa de transformação estrutural de mercado, o que também converte o País em benchmark global.A diversificação de negócios da indústria de moda, confecções e calçados no Brasil, com integração vertical e expansão através de lojas franqueadas exclusivas de marcas, como fazem Hering, Arezzo, Dudalina, Via Uno, Bibi e Marisol, é outro exemplo de referencia global. Ou do setor de móveis com os inúmeros exemplos de indústrias que criaram redes exclusivas se apoiando nesse modelo.Assim como também as redes de serviços automotivos patrocinadas pelas indústrias do setor, como é o caso de Heliar e Bosch. Ou as redes de serviços médicos e odontológicos.
A transformação do setor foi marcante nos últimos anos em termos de estrutura, organização, gestão e formalização, contribuindo para um processo natural de depuração onde somente as empresas com propostas consistentes continuam a se expandir, pesquisando e incorporando cada vez mais as melhores práticas do mercado externo e interno e buscando a internacionalização como o caminho natural para o futuro próximo.Um dos elementos que mais contribui para o estímulo ao setor de franquias no Brasil, e isso também é benchmark, é a estrutura tributária, em particular através do Simples, que torna viável a existência formal de muitas empresas e negócios que, de outra forma, ficariam na informalidade ou seriam inviáveis dentro da carga tributária convencional.
O setor de franchising tem sido o mais agressivo e visionário no pensar as possibilidades de expansão internacional, mesmo em tempos de forte crescimento do consumo interno.Essa visão deverá aproveitar-se do “tsunami” natural de divulgação da marca Brasil que ocorrerá entre agora e 2020 por conta dos eventos globais que estarão acontecendo no País com a continuidade de sua expansão econômica.Outro elemento que está ajudando a redefinir o setor é a recente entrada de fundos e grupos financeiros adquirindo negócios, como é o caso de Carlyle, BTG e Advent, entre outros, que se deram conta do potencial existente e têm apostado na continuidade da expansão nos próximos anos.
E assistiremos também, gradativamente, ao aumento de grandes corporações do varejo ou atacado, usando a franquia como estratégia de expansão e crescimento de negócios, em especial como alternativa para acelerar a participação de mercado, particularmente em novos bolsões gerados pelo aumento do consumo, como já fazem a rede Dia no setor de supermercados, o atacadista Martins com sua rede Smart e DPaschoal com suas unidades de vendas de serviços e peças automotivas, nesses dois casos com sistemas híbridos apoiados nos princípios das franquias.O setor continuará nos próximos anos a crescer significativamente mais do que a economia como um todo apoiado numa natural propensão empreendedora que cada vez mais se identifica com a juventude, evolução da maturidade e abertura ao novo do mercado brasileiro.
São esses elementos que transformaram radicalmente o setor de franquias e que colocam o Brasil como um País e um mercado a serem analisados como o principal benchmark global, em especial por outros países emergentes e mesmo alguns países maduros que podem por meio dessa alternativa encontrar caminhos para sua revitalização econômica e desemprego.
Marcos Gouvêa de Souza (mgsouza@gsmd.com.br) diretor-geral da GS&MD – Gouvêa de Souza
Um comentário:
Parabéns pelo trabalho na área de Franquias, sempre que eu tiver tempo vou visitar para ver as novidades.
Mara Ribeiro
http://franquiadelimpeza.blogspot.com.br/
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