Paixão pelo futebol origina franquia
Unidade da Roxos e Doentes exige investimento inicial a partir de R$ 115 mil
No país do futebol, um empreendimento voltado para torcedores que fazem do esporte uma filosofia de vida não poderia dar errado. Foi assim que a Roxos e Doentes surgiu, com estrutura enxuta, cresceu, se multiplicou e agora segue para um plano de expansão que prevê a instalação de 30 franquias até o final de 2009, em shoppings e ruas de todo o Brasil. Hoje com cinco estabelecimentos, a marca anuncia a busca de filiais este ano, tendo como alvo no estado de São Paulo. O negócio exige investimento inicial de R$ 115 mil a R$ 350 mil, com taxa de franquia de R$ 30 mil a 60 mil, dependendo do modelo da loja.
Em 1999, surgiu a Roxos e Doentes, uma tentativa de conjugar a paixão pelo esporte de seu fundador e proprietário da marca, Eduardo Rosenberg, com a vontade de montar um empreendimento. "Vendemos desde chupetas a canecas, livros, camisetas, shorts e demais artigos dos times brasileiros. O cliente tem a opção de estampar o próprio nome nas camisas e até adquirir o uniforme importado de um time de Israel", exemplifica o diretor de novos negócios da Roxos e Doentes, Fábio Wolff.
O negócio impulsionou a abertura de mais quatro estabelecimentos. Depois, foi a vez de assumirem o gerenciamento de lojas dentro dos próprios times de futebol, como Cruzeiro e Atlético, em Minas Gerais; Internacional, em Porto Alegre; e Corinthians, em São Paulo. "Percebeu-se a necessidade de enxergar os torcedores como clientes. A partir daí, passamos a administrar os carros móveis, que vendem produtos dos times nos estádios quando há jogo, além da nossa própria loja virtual e a dos clubes que atendemos", explica Wolff, contabilizando 20 operações, entre elas lojas físicas, virtuais, móveis e quiosques, onde são comercializados apenas produtos relacionados a cada clube e à marca esportiva que o patrocina.
Com o grande número de propostas a empresa possui banco com mais de 300 nomes de empresários interessados em franquear a marca e a consolidação do negócio, Rosenberg sentiu que era hora de ampliar por meio do sistema de franquias, segundo ele, uma forma rápida, inteligente e eficiente de expansão. A marca registrou um crescimento de 20% este ano, com faturamento 20% superior ao alcançado em 2004. Tudo, graças a um plano de marketing, com ações institucionais, divulgação, promoções e relacionamento com clientes, através de banco de dados cultivado desde o início.
Este ano, a meta é crescer 30% com a abertura de seis franquias. "Chegou um momento em que já nos estabelecemos no mercado e possuímos estrutura. Nunca fizeram um trabalho ativo de pesquisa para lançarmos um plano de expansão, mas sempre fomos procurados ao longo dos anos por pessoas interessadas. Vamos começar a fazer parte da Associação Brasileira de Franchising (ABF) este ano", justifica Fábio Wolff.
Para este fim, a empresa procura empresários que gostem de futebol. Segundo o diretor de novos negócios da empresa, este é o principal requisito até para se tornar vendedor. "Na Roxos e Doentes, os vendedores não são somente comerciantes, mas consultores do esporte. Assim, o franqueado deve seguir este perfil", coloca Wolff. Além disso, eles buscam pessoas com capital disponível para o investimento inicial de no mínimo R$ 115 mil para uma loja de pelo menos 70 metros quadrados, o que não inclui estoque, fluxo de caixa e nem ponto, itens ativos do franqueado. "O comprometimento com o negócio também é fundamental", enumera.
Opções
As franquias foram divididas em lojas tamanho A, B e C, com investimento inicial médio que inclui equipamentos, montagem da loja, projeto arquitetônico, supervisão da rede, suporte técnico completo e taxa de franquia, variando de acordo com o modelo. O primeiro, de medidas entre 200 e 350 metros quadrados, requer um investimento inicial de aproximadamente R$ 350 mil. O perfil intermediário, tipo B, abrange um espaço de 80 a 150 metros quadrados, exigindo em torno de R$ 130 mil para começar. O menor mede de 65 a 90 metros quadrados, com gasto de R$ 115 mil.
Apesar de haver meses com vendas mais fracas, Wolff garante os campeonatos freqüentes e o apreço pelo futebol movimentam as lojas o ano inteiro. Ele aposta na Taça Libertadores da América, na qual disputarão os times paulistas Corinthians, São Paulo e Palmeiras e a Copa do Mundo, este ano, como fatores que possibilitarão maior número de franquias. "Quem abrir uma franquia antes do início da Copa vai faturar. Estimamos uma venda de 10 mil camisas oficiais do Brasil, sem contar outros produtos, como toalhas, cadeiras, bandanas, entre outros", diz ele, estimando faturamento médio mensal de R$ 80 mil a R$ 100 mil para cada filial, com retorno de lucro de 15%.
Na análise do consultor da Fundação Getulio Vargas do Rio de Janeiro (FGV-RJ), Francisco Barone, a Roxos e Doentes consiste em um negócio rentável devido ao grande público-alvo. "É uma idéia interessante, com boa demanda, já que o futebol é, reconhecidamente, uma paixão nacional", avalia Barone. O consultor alerta os empreendedores sobre a forma de gestão. "Um empreendimento como este possui substitutos e concorrentes por toda a parte, sobretudo no comércio informal, com o grande número de ambulantes vendendo artigos de futebol nos estádios e ruas. Portanto, boas estratégias de administração são indispensáveis", adverte.
Serviço Roxos e Doentes, www.roxosedoentes.com.br raio x Roxos e Doentes
Negócio: lojas especializadas em futebol
Investimento inicial: R$ 115 mil a 350 mil
Taxa de franquia: R$ 30 mil a 60 mil
Taxa de royalties: 5% sobre o faturamento bruto
Taxa de publicidade: 2%
Faturamento médio mensal: R$ 80 mil a 100 mil
Margem de lucro sugerida: 15%
Número de funcionários: 5
Área: 65 a 350 metros quadrados
Risco: médio. De acordo com o consultor Francisco Barone, da FGV-RJ, trata-se de um negócio interessante, com boa demanda, porém, de investimento relativamente elevado, balanceado taxa de carregamento de royalties e franquia baixa. "Atenção na gestão. Um empreendimento como este possui substitutos e concorrentes por toda a parte, sobretudo no comércio informal", adverte.
Fonte: Jornal do Commércio
Nenhum comentário:
Postar um comentário