sexta-feira, 18 de julho de 2008

Franchising no Ceará

Modelo cresce 9,68% no CE

O segmento de franquias gerou, somente no ano passado, 266 vagas no mercado de trabalho local
Negócio já testado e aprovado, marca estruturada, garantia de suporte e treinamento gratuito, menor risco de mortalidade, além da facilidade na abertura da empresa e também para obter financiamento. São estas algumas vantagens do setor de franquias, que se encontra em plena expansão no País, com crescimento de 12,9% em 2007 e geração de 28.339 postos de trabalho.
Os dados, divulgados pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), são referentes a pesquisa “O Perfil do Franqueado Brasileiro”, da Rizzo Franchise — empresa que realiza há mais de vinte anos pesquisas sobre o franchise em toda a América Latina.
Conforme o estudo, no Ceará a performance não é diferente do restante do Brasil. O segmento gerou, só no ano passado, 266 novas vagas no mercado de trabalho local. No total, surgiram cinco novos franqueadores e 43 novas franquias no estado, correspondendo ao aumento de 9,68% no número de unidades franqueadas. Na lista dos novos franqueadores do Ceará, aponta o levantamento, estão as empresas Iassete Office Shop, Casa dos Relojoeiros, Monat, Anne e Bransk.
Mas não é de hoje que as empresas cearenses optam por franquiar suas marcas. Exemplo promissor na área de franchising, a Skyler, grife cearense de moda masculina, que nasceu em 1997, além de estar presente nos principais shoppings centers de Fortaleza e interior do Estado, conseguiu se expandir pelo Nordeste por meio da concessão de franquia.
A marca possui atualmente nove lojas próprias, todas em Fortaleza. Mas fora da capital possui onze franquias localizadas em Crato, Iguatu, Juazeiro do Norte, Sobral (CE), Natal (RN), Petrolina (PE), Cajazeiras (PB), Feira de Santana (BA), São Luís (MA), Teresina e Paranaíba (PI).
No Brasil
No País, o número de empresários que oferecem franquia de seu negócio saltou de 1.366, em 2006, para 1.542, em 2007. Juntos, eles já geraram mais de 124 mil franquias, empregando, só no ano passado, 28.339 pessoas.
A pesquisa revela, ainda que, no Brasil, uma nova franquia é aberta a cada hora, gerando, em média, dez novos empregos cada uma.
Considerando um dia comercial — ou seja, das 8 às 18 horas — com a abertura de doze franquias, em média, a estimativa é de que cerca de 120 novos empregos são gerados diariamente com novos negócios franqueados.
Ganhos
O diretor de Comunicação e Marketing da ABF, André Friedheim vê inúmeros ganhos no franchising, ´tanto para franqueados como franqueadores´, observa. Ele lembra que, segundo estatítiscas do Sebrae, 80% dos negócios independentes fecham as portas ao fim de cinco anos de existência.
´Em franquias o índice cai para pouco mais de 10% no mesmo período. O risco diminui em função das vantagens oferecidas pelo segmento´, assegura o executivo.
Dados da ABF atestam que o percentual de mortalidade das empresas franqueadas ao completarem cinco anos é de 3% ao ano, ou seja, 15% ao longo de cinco anos. Entre os motivos para o sucesso do negócio, André Friedheim aponta o acesso dos investidores a marcas já reconhecidas no mercado, a produtos e serviços de eficiência comprovada, além de obterem ganhos de escala por fazerem parte de uma rede.
´Eles economizam porque os custos com propaganda são rateados e os métodos de gestão são mais profissionalizados´, resume Friedheim.
METADE DOS NEGÓCIOS - Mulheres marcam presença
A presença das mulheres no setor de franquias é cada vez mais crescente. Elas já respondem por metade dos negócios desse segmento no País. A maioria faz a opção em função das facilidades oferecidas pelo franqueador.
A empresária Viviane Dantas Carneiro é mais um exemplo de sucesso no campo da franchising. Há dois anos ela é franqueada da Flavored Popcorn, uma empresa de Santa Catarina especializada em pipocas dos mais variados sabores e que já possui franquias em outros estados do Brasil. Pioneira no Ceará a trabalhar com a marca PopCorn, ela mantém dois quiosques no North Shopping e outro na feira mensal de artesanato do Salinas.
A franquia, cujo investimento varia de R$ 40 mil a R$ 49 mil, conforme dados da ABF, traz retorno certo, segundo a empresária. ´Quem prova da nossa pipoca sempre volta e traz outros clientes. O resultado é que nossas vendas crescem em torno de 15% ao ano´, declara Viviane.
A empresária, que trabalhou por muitos anos como gerente de outras empresas, ao decidir montar seu próprio negócio diz ter optado pela franquia devido às facilidades encontradas. ´Na PopCorn encontrei tudo pronto. Eles fornecem o quiosque, além de embalagens e matéria-prima´, afirma.
As vantagens das franquias são confirmadas por Maria Dolores Mesquita Gomes, franqueada da Cacau Show, que possui há três anos uma loja no Shopping Benfica. Depois de investir R$ 120 mil para implantação do negócio, ela tem ampliado a clientela constantemente, aumentando as vendas em 30% ao ano.
´Todo negócio é arriscado, mas numa franquia a gente tem todo o suporte necessário, além de trabalhar com uma marca consolidada. Para quem não tinha nenhuma experiência em dirigir uma empresa, essas diferenças foram decisivas. Hoje para abrir uma franquia da Cacau Show é preciso um investimento mínimo de R$ 70 mil. Mas vale a pena´, afirma Maria Dolores. (AC)

FONTE: Diário do Nordeste - Fortaleza - Seção: Negócios - 24/02/2008

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