segunda-feira, 20 de junho de 2011

Raio X do franchising no Brasil

Em entrevista ao Mundo do Marketing, Ricardo Camargo, Diretor Executivo da ABF, fala sobre resultados e tendências do setor

Por Sylvia de Sá, do Mundo do Marketing | 16/06/2011
sylvia@mundodomarketing.com.br

 Com um faturamento de R$ 77 bilhões em 2010, as franquias brasileiras têm motivos para comemorar. Os números representam uma expansão de 20,4%, se comparado a 2009, e a expectativa é que o setor continue crescendo a dois dígitos nos próximos cinco anos. Hoje, as 1.865 redes de franchising operam 87 mil pontos de venda no país. Para 2011, a previsão é de aumento contínuo, com mais nove mil lojas e um crescimento de 8% no número de redes, além de um faturamento 15% maior.

Entre os setores com melhor desempenho estão alimentação, acessórios pessoais e calçados, vestuário e beleza. Áreas de prestação de serviço, no entanto, como atendimento, reparos domésticos, acompanhamento de idosos, jardinagem, consertos de computador e representações comerciais também apresentam oportunidades para aqueles que desejam investir. Na medida em que o poder de consumo do brasileiro aumenta, novos mercados podem ser explorados por quem quer empreender.

Em entrevista ao Mundo do Marketing, Ricardo Camargo, Diretor Executivo da Associação Brasileira de Franchising (ABF), traça um raio X do setor. Quem são os novos franqueados, como aproveitar as oportunidades do e-commerce e quais são as tendências para os próximos anos são alguns dos assuntos abordados. A seguir, a conversa na íntegra.

Mundo do Marketing: De uma forma geral, como está o setor de franquias no Brasil?
Ricardo Camargo: No Brasil, o sistema de franchising faturou R$ 77 bilhões em 2010, um avanço de 20,4% em cima do ano anterior, fechou com 1.865 redes, um aumento de quase 13% e chegou a 87 mil pontos de venda, crescendo 8%. Acumulamos no ano passado um total de empregos diretos de 777 mil. Para 2011, projetamos 62 mil novos empregos, de oito a nove mil novos pontos de venda, 8% em crescimento de redes e 15% no faturamento. O Brasil é o quarto país do mundo em termos de marcas e o sexto em termos de unidades.

Mundo do Marketing: Que mercados apresentam boas oportunidades para a expansão das redes?
Ricardo Camargo: Todos os mercados têm suas oportunidades. Os grandes centros já têm muitas franquias, shoppings. Vemos um crescimento acentuado em periferias das cidades. Há muitos supermercados, hipermercados e galeriais comerciais que também estão disponibilizando pontos e propiciam um crescimento dentro destas grandes metrópoles. Mas a grande oportunidade está no Nordeste, que teve um aumento de renda e deve ter crescido em torno de 23%.

O franchising também se interioriza e vai em direção à região Norte, principalmente no estado do Pará, em cidades como Parauapebas, Marabá e a capital Belém. Manaus continua em uma fase de crescimento forte na região Norte e há ainda estados como Mato Grosso do Sul, Matogrosso, Palmas e Goiás, que em função dos bons resultados agropecuários estão começando a ver crescer fortemente as suas cidades.

Mundo do Marketing: Que setores crescem mais e são oportunidades para franquias?
Ricardo Camargo: São inúmeros. Prestação de serviço teve um crescimento acentuado, através das microfranquias, que são franquias com investimento total de até R$ 50 mil. Há um aumento na área de atendimento, como reparos domésticos, acompanhamento de idosos, jardinagem, consertos de computador e representações comerciais. Este é um segmento que cresce bastante. Mas os que mais cresceram no ano passado foram alimentação (40%), seguido por acessórios pessoais e calçados (37,9%), vestuário (37%), beleza e saúde (20%), turismo e informática (ambos em 17%).

Mundo do Marketing: As oportunidades acompanham também as taxas de crescimento? Onde cresce mais é onde há mais oportunidades?
Ricardo Camargo: Depende um pouco dos resultados macroeconômicos. Áreas como alimentação e vestuário cresceram principalmente em função do aumento de renda no ano passado. Mas existem outros mercados que crescem em função do poder econômico. Turismo tem crescido interna e externamente. Apenas em 2010, as empresas aéreas tiveram um crescimento no faturamento na ordem de 20%, um número bastante significativo. O Brasil é hoje um dos 10 países que mais exporta turistas, embora internamente não aproveite tanto.

Na área de informática o Brasil é um dos grandes players mundiais, assim como em telefonia celular. Em celulares é o quarto país do mundo e em informático é o quinto. Esses setores, por uma razão de mercado, são os que mais têm crescido. Mas isso não impede que existam oportunidades em outros setores, como educação, por exemplo. Com os próximos eventos internacionais que o país sediará há uma procura forte, principalmente nas escolas de idioma como inglês, e nos setores profissionalizantes.

Mundo do Marketing: Quais são as maiores dificuldades que as redes enfrentam hoje para se expandir?
Ricardo Camargo: A primeira delas é o número de pontos. Tivemos uma valorização imobiliária excessiva no ano passado, na ordem de 25%, e isso tem inibido um pouco os negócios, porque compromete a taxa de retorno em função dos altos aluguéis, ou das altas luvas. Os pontos comerciais estão muito caros, o que impede de certa forma a abertura de novas lojas. Tanto é que só crescemos 8% no ano passado, quando deveríamos ter crescido no mínimo 10%. Esse é o principal fator hoje de estrangulamento.

Na área de crédito temos abundância, porque o mercado de franquias é muito mais seguro. Hoje vários bancos têm linhas de crédito especiais para franquias. Mas há problemas característicos da nossa economia. A carga tributária brasileira é a mais alta do mundo, além da condição dos aeroportos e das estradas. São operações muito deficientes, que oneram o custo do produto final.

Mundo do Marketing: O perfil do franqueado mudou nos últimos anos. Quem são esses novos empreendedores?
Ricardo Camargo: Tivemos a soma de pessoas mais jovens entrando no mercado, algumas oriundas de universidades. Nosso sistema educacional ainda é bastante deficiente, então há sobras em alguns setores, como Direito e Administração. Às vezes, as pessoas não encontram oportunidades de trabalho no mercado e acabam querendo montar seu próprio negócio. De maneira geral, os homens mais jovens têm entrado, mas as mulheres também têm aumentado o seu grau de participação. Acreditamos que 35% dos negócios aqui no Brasil estejam nas mãos de mulheres. A faixa etária também mudou. Normalmente ficava entre 40 e 55 anos e passou para 25 a 50 anos.

Mundo do Marketing: Vemos muitas redes novas que ainda não têm um grande trabalho de Marketing. O que deve ser feito para desenvolver uma boa marca de franquia?
Ricardo Camargo: O segredo do negócio de franquias é justamente a marca. Temos hoje Wizard, O Boticário, Habib's, McDonald’s, Giraffas, Bob’s. Companhias que têm feito um Marketing muito mais ativo, até porque crescem cada vez mais.

As empresas menores, antes de iniciar uma alavancagem na área de Marketing, precisam estar com a operação bem definida para que haja uma coesão e, a partir daí, comecem a trabalhar o Marketing de forma mais ativa. Marcas menores naturalmente não têm tanto recurso para fazer frente, porque são poucas unidades, então precisam em primeiro lugar tentar crescer a sua base, para que quando utilizem a verba de Marketing em maior escala e consigam penetrar no mercado.

Mundo do Marketing: A internet é uma realidade no varejo, mas as redes acabam ficando de fora pela sua natureza de negócio. Elas realmente não podem vender online? Como aproveitar este mercado?
Ricardo Camargo: Muitas redes já têm optado por ter vendas online. Essa é uma realidade que não tem mais volta. De alguma forma, as empresas em algum momento terão que se plugar. Percebemos que deve haver uma concordância entre os pontos de venda. A loja física continua sendo o foco principal, mas o site tem que estar de acordo com a loja. Ter preços diferentes pode trazer problemas, por exemplo. É necessário um trabalho conjunto entre franqueador e franqueados para chegar a um acordo de como serão consideradas essas vendas para começar a crescer neste segmento.

Mundo do Marketing: Qual é a projeção do setor para os próximos anos? Quais são as principais tendências?
Ricardo Camargo: Devemos continuar crescendo a dois dígitos nos próximos cinco anos. Temos muito espaço para expandir. A Austrália, por exemplo, tem 22 milhões de habitantes, mil redes de franquias e 14% do PIB é gerado pelas franquias. Nos Estados Unidos, este número é de 20%. No Brasil, o nível de participação é de 2,1%, apesar de já sermos o quarto mercado do mundo em marcas e o sexto em unidades.

Isso nos dá uma dimensão de crescimento muito forte na área de franquias. Temos condições de atingir nos próximos três anos mais de 250 mil pontos de venda, então continuaremos a crescer numa linha bastante forte. O PIB do franchising tem sido mais ou menos 2,5 a três vezes o PIB normal do país. Dizem que o PIB do país, em média, crescerá 4,5%, 5% nos próximos anos. A tendência é o que franchising continue crescendo na faixa de 12%, 15%.

sábado, 11 de junho de 2011

A euforia das franquias

Com um faturamento de R$ 75,9 bilhões em 2010, o setor de franquias brasileiro já é o quarto do mundo em número de marcas e o sexto em unidades. Caso fosse consolidado numa única empresa, só seria superado pela Petrobras e pela Vale

Por Rogério Godinho - Isto É Dinheiro.

Vídeo: franquias atraem novos setores da economia, mas é preciso coragem para desbravar mercados pouco explorados, veja no link: http://terratv.terra.com.br/videos/Noticias/IstoE-Dinheiro/4785-368077/A-euforia-das-franquias.htm

As formigas são insetos que trabalham incansavelmente para armazenar comida. Fazem essa tarefa de forma organizada, onde cada uma delas exerce uma função claramente definida. Sozinhas, elas não têm força. Juntas, formam uma das mais complexas sociedades do reino animal. Essa pode ser uma descrição possível do setor de franquias brasileiro.  No ano passado, o número de redes em operação no País avançou 12,9%, para 1,8 mil marcas.

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A quantidade de lojas (próprias ou franqueadas) atingiu 86,3 mil unidades, um crescimento de 8% sobre o ano anterior. Se fossem contadas isoladamente, cada franquia seria como uma formiga longe do formigueiro. Mas graças ao trabalho incessante de 777 mil pessoas que trabalham na área, o setor faturou R$ 75,9 bilhões em 2010, alta de 20,4%, de acordo com a Associação Brasileira de Franchising (ABF).

Caso fosse consolidado numa única empresa, seus resultados só seriam inferiores aos registrados nos balanços da Petrobras e da Vale. Mais: a ABF estima que as franquias devem expandir-se, em 2011, num ritmo superior em mais de três vezes ao do PIB brasileiro, que pelas estimativas do governo se elevará em pelo menos 4,5%. “Já somos o quarto país do mundo em número de marcas e o sexto no total de unidades”, diz Ricardo Camargo, diretor-executivo da associação, que organiza a ABF 2011 nesta semana.

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Ricardo Camargo, da ABF: setor de franquias no Brasil cresce em um ritmo mais de três vezes maior do que o PIB

Para Camargo, não há no horizonte nenhum sinal de que o setor de franquias brasileiro possa se desacelerar. Ao contrário. “Tivemos um primeiro trimestre de 2011 bastante forte”, afirma Camargo. Os investimentos estão acontecendo em todas as áreas. O grupo Ipiranga, por exemplo, abriu 52 lojas das marcas Jet Oil, Jet Oil Motos e AM/PM, nos três primeiros meses deste ano. A tradicional fabricante de roupas íntimas Hope vai dobrar o número de franquias em 2011.

No ano passado, a empresa paulista tinha 55 lojas nesse sistema. O objetivo é acrescentar 60 novos franqueados em 2011. Apesar de ainda estar concentrado nas áreas de alimentação e de vestuário, cada vez mais o setor de franquias brasileiro se diversifica. “Atualmente, você encontra franquias em virtualmente qualquer segmento”, diz André Fiedheim, sócio-diretor da Francap,  consultoria paulista especializada em franchising. Há desde clínicas odontológicas e de fisioterapia até academias especializadas para quem tem problemas de coluna, passando por lojas de piscinas, como a Igui, que de 17 unidades, em 2009,  fechou 2010 com 351.

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A grande tendência, no entanto, são as microfranquias. Esse conceito ganhou força nos últimos três anos. Trata-se de franquias em que o investimento inicial do empreendedor é muito mais baixo, quando comparado com as franquias tradicionais. Em geral, os gastos para começar um empreendimento não ultrapassam a R$ 50 mil. Nesse caso, as áreas de atuação vão desde chaveiros até serviços domésticos em geral, a exemplo do Dr. Resolve, que atua no setor de reformas e reparos. No ano passado, esse modelo de franquias cresceu 25%, segundo dados da ABF.

Outra novidade é a interiorização das lojas franqueadas,  em razão da abertura de shoppings centers em médias e pequenas cidades brasileiras. Isso tudo não significa que as áreas pioneiras ficaram para trás. Ao contrário, as tradicionais franquias de alimentação são justamente as que mais ganham musculatura. Em 2010, o volume de negócios das redes de alimentação, que contam com 12 mil lojas em operação, atingiu R$ 15,2 bilhões, 39,9% a mais do que o ano anterior, e o equivalente a cerca de 20% do movimento de todo o setor de franquias. Outro destaque foi o setor de acessórios pessoais e calçados. Com 4,2 mil pontos de vendas franqueados, o faturamento cresceu 29,9%, o segundo melhor desempenho de 2010. Em seguida, ficou o setor de vestuário, com expansão de 29%.

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quinta-feira, 9 de junho de 2011

Setor de franquias espera faturar R$ 87,2 bilhões em 2011

plan2 De janeiro a maio, o país ganhou pelo menos 60 novas redes, e outras 90 estão a caminho

Agência Sebrae de Notícias

Impulsionado pelo crescimento do poder de compra das classes C e D, o setor de franquias espera faturar R$ 87,2 bilhões em 2011, alta de 15% em relação a 2010. Só nos primeiros cinco meses do ano, o país ganhou pelo menos 60 novas redes, e a expectativa da Associação Brasileira de Franquias (ABF) é de que outras 90 sejam abertas até o fim do ano.

Os números foram divulgados nesta quarta-feira (8) na abertura da ABF Franchising Expo, a maior feira de franquias da América Latina, que acontece até sábado (11), no Expo Center Norte, em São Paulo.

Segundo a ABF, o brasileiro que quiser aproveitar as oportunidades que serão criadas pela Copa do Mundo, Olimpíadas e, principalmente, pelo Pré-Sal, deverá ficar atento a algumas tendências de negócios quando o assunto é franquia.

Empresas ligadas à educação, como escolas de inglês e cursos profissionalizantes, turismo (agências de viagens, pousadas, pequenos hotéis), logística e distribuição (companhias aéreas), alimentação, beleza, saúde e vestuário deverão ter grande procura nos próximos quatro anos. “Muita gente acha que o setor de alimentação está saturado, mas no ano passado foram abertas 100 novas redes de franquias. As pessoas continuarão cada vez mais se alimentando fora de casa”, disse o presidente da ABF, Ricardo Camargo.

Nordeste
Além destes setores, a entidade continua apostando na região Nordeste como grande consumidor de franquias no país, principalmente com a construção de novos shoppings centeres na região. “Além de consumir as franquias, o Nordeste está exportando também suas redes para o Sul e Sudeste”, diz Camargo.

O faturamento total das franquias alcançou em 2010 a marca de R$ 75,9 bilhões. O número de redes em operação no país cresceu 12,9% em 2010 e o número de unidades chegou a 86.365, que significa um incremento de 8% em relação ao ano anterior.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Redes de franquias investem em cidades do interior

Atraídas por benefícios como aluguéis baratos e pouca concorrência, empresas de médio porte avançam em novos mercados

Bruna Bessi, iG São Paulo

Escapar da competitividade nas grandes metrópoles e da saturação do mercado é uma das vantagens que têm levado redes de franquias tradicionalmente localizadas em capitais a buscar alternativas no interior do País. É o caso da franquia especializada no ramo odontológico Sorridents, que vem apostando no potencial das cidades interioranas.

A rede conta hoje com 164 franqueados e 14 unidades no interior, em cidades como São José do Rio Preto (SP), mas pretende aumentar a participação desses mercados na expansão do grupo. “É um modelo interessante porque os franqueados pagam aluguel mais baixo e conseguem diminuir seu custo operacional, o que gera uma lucratividade maior”, diz Alexandre Sita, diretor de negócios da empresa.

Em 2010, as franquias de regiões distantes dos grandes centros foram responsáveis por 10% do faturamento da Sorridents, que chegou a R$ 120 milhões. A opção da empresa em apostar neste modelo vem se tornando a preferência de muitos empresários, que são atraídos por benefícios como aluguéis imobiliários mais baratos e a possibilidade de ter funcionários morando nas proximidades. “Trabalhar perto da empresa diminui custos e aumenta a qualidade de vida, o que é bom tanto para os funcionários quanto para os empreendedores”, afirma Viviane Gonzalez, diretora da consultoria Business Partners Consulting.

Rogério Gama, diretor da MegaMatte, acredita no potencial das cidades mais afastadas

As oportunidades do comércio interiorano também impulsionaram a expansão da MegaMatte. Voltada ao mercado fast-food, a empresa investiu no sistema de franchising e montou um plano para regiões afastadas. Com 81 franqueados e sete unidades localizadas em cidades como Juiz de Fora (Minas Gerais) e Cabo Frio (Rio de Janeiro), a empresa registrou faturamento em 2010 de R$ 50 milhões. A expectativa é de que a rede alcance a marca de 100 franquias este ano, incluindo novas unidades no interior. “Nosso cliente do interior tem um poder de compra maior e participa de um mercado diferenciado, já que o modelo fast-food ainda não faz parte de sua cultura. Mas, se por um lado isso nos favorece, por outro, exige um tempo maior para maturação do negócio”, diz Rogério Gama,

Tempo de maturação

Apesar do modelo atrativo e dos resultados favoráveis, a expansão pelo interior é um processo que exige tempo e um fôlego maior para manter os investimentos enquanto o negócio se consolida na região. “O investimento pode representar um perigo caso seja feito sem estrutura e planejamento. É preciso ter cuidado na escolha da região, identificar se existe oferta de mão de obra e se há uma forte presença de clientes em potencial”, diz Viviane.

Para Alexandre Sita ainda é preciso conquistar a clientela de cidades do interior

A dificuldade para captar novos clientes é um dos problemas identificados pelo diretor da Sorridents, que ressalta a necessidade de conquistar a “simpatia” dos que ainda estão pouco acostumados com a imagem da empresa.

“A população interiorana às vezes rejeita profissionais e marcas que vêm de fora. Por isso, temos muito trabalho para conquistá-los. É um esforço que demanda tempo e competência”, afirma.

Outro aspecto que pode complicar a adaptação de uma média empresa no interior é a falta de mão de obra qualificada. Esse problema foi encontrado pela rede de Cursos Maxx, voltada ao ensino preparatório de concursos públicos, que começou este ano a expandir seu mercado para Teresópolis – interior do Rio de Janeiro.

“Somos obrigados a trazer os professores da capital para lecionar nesta unidade. Os gastos com hospedagem e transporte chegam a aumentar em até 30% o valor da hora aula”, afirma Marcelo Portella, diretor geral do curso. “Para diminuir o problema, estamos capacitando os profissionais de Teresópolis, mas isso ainda demorará alguns meses.”

Fotos: Alexandre Carvalho / Fotoarena

domingo, 5 de junho de 2011

O blog Franchising Ceará está com novo visual

FRANCHISING CEARÁ web O novo visual do blog da franquia cearense vem representar muito bem o Estado do Ceará, terra de muito sol e muita luz. A fonte (tipo de escrita) da logo vem retratar a simplicidade do seu povo, que é acolhedor, trabalhador e tem o humor como filosofia de vida.

Gualber Calado - gualber@globo.com
Administrador do blog

Itaú aposta no mercado de franquias e realiza seminário sobre setor

De olho na expansão das redes de franquias, que somente em 2010 somaram faturamento de R$ 75 bilhões em todo o País, o Itaú intensifica a sua estratégia de aproximação com o setor. A Área Empresas do banco mantém equipe focada em desenvolver soluções financeiras específicas para esse tipo de negócio e está empenhada em oferecer ao mercado de franquias, que no ano passado cresceu 20,4% segundo dados da ABF (Associação Brasileira de Franchising), ferramentas de gestão que fomentem o seu crescimento sustentável e facilitem a troca de informações entre franqueado e franqueador.

Dentre os serviços oferecidos pelo banco vale destacar o "Compror Franquias". A ferramenta de gestão foi desenvolvida especialmente para empresas que concentram suas compras de mercadoria no franqueador. A ferramenta, que oferece mais flexibilidade e agilidade no pagamento das mercadorias, também possibilita o gerenciamento do crédito e do estoque pela internet, proporcionando mais segurança, agilidade e transparência no relacionamento entre franqueados e franqueadores.

A instituição financeira também analisa, de forma diferenciada, os critérios para a concessão de crédito para franquias recém constituídas. Para facilitar o acesso a linhas de financiamento para os empreendedores de primeira viagem, por exemplo, o Itaú leva em conta o conhecimento sobre o franqueador e avalia o comportamento da rede. Essa análise diferenciada possibilita mais rapidez e taxas competitivas, já que o bom desempenho do franqueador é considerado como um dos indicadores da saúde financeira deste novo empreendimento.

“Para se ter uma idéia, uma pesquisa do Sebrae mostra que negócios abertos no sistema de franchising apresentam taxa de mortalidade de 5%. Taxa muito inferior aos 80% referentes a pequenos negócios que fecham nos primeiros cinco anos de vida. Não podemos deixar de levar esses dados em consideração no momento de conceder crédito”, afirma Carlos Eduardo Maccariello, diretor de Produtos Pessoa Jurídica do Itaú Unibanco

O apoio à cadeia vai além do desenvolvimento de produtos e da concessão de crédito. “O Itaú acredita que o sucesso de um negócio está atrelado à informação e entende que um banco precisa estar cada vez mais próximo do cliente, oferecendo conteúdo relevante e diferenciado para a gestão dos seus negócios”, completa Maccariello. Para reforçar essa estratégia, o banco realizou, na última quinta-feira (26), o Seminário Itaú de Franquias

Para explorar o assunto, a instituição financeira convidou Cristina Franco, vice-presidente da Associação Brasileira de Franchising; Osvaldo Moscon, diretor de Desenvolvimento de Canais de Vendas e Franchising de O Boticário; e Denis Santini - professor da ESPM, da FIA/Provar e sócio-diretor da MD Comunicação, primeira agência especializada em franquias e redes.

Cristina Franco, vice-presidente da ABF, iniciou o ciclo de palestras e apresentou números que comprovam o expressivo crescimento do setor de franquias. Segundo dados da associação, o setor registrou na última década (2001 a 2010) crescimento de mais de 300%. Cristina também chamou a atenção para a importância do franchising na geração de empregos. “Hoje, o franchising é um importante modelo social, já que o jovem encontra nesse nicho a oportunidade para o primeiro emprego”, ressaltou ela. Os números corroboram a afirmação já que o setor gerou mais de 770 mil empregos diretos somente no ano passado.

Outro dado que chama a atenção é a expansão das redes em funcionamento no País. Na comparação de 2010 com 2009, o número de redes aumentou 12% e triplicou se consideramos a última década. As redes de franquias do segmento alimentício foram as que apresentaram maior crescimento no período, registrando 39,9% de alta no faturamento na comparação 2009/2010. Para concluir a apresentação, Cristina lembrou ainda que o setor ficará ainda mais aquecido por conta dos eventos esportivos dos próximos anos e que este será um ótimo momento para quem quer investir no segmento.

O diretor de O Boticário, Osvaldo Moscon, explorou as estratégias da companhia para se consolidar como uma das maiores redes de franquias do Brasil. Osvaldo defende que os franqueados devem ser convidados a participar das ações estratégicas da empresa e que é preciso desenvolver as ações em conjunto com toda a rede. Osvaldo ressalta ainda que uma rede de franquias bem sucedida é construída com muito treinamento, orientação e suporte para a expansão do negócio.  O Boticário treina, em média, 60 mil pessoas por ano.

“Para garantir bons resultados e a qualidade da nossa entrega, precisamos formar multiplicadores, pessoas que transmitam, mesmo à distância, os nossos conceitos e valores”, afirma. “Temos como objetivos engajar o empreendedor na missão da marca, além de incentivar o franqueado com estrutura e capacitação para o desenvolvimento sustentável do negócio. Os consideramos como sócios e acreditamos que pessoas comprometidas dão resultado. Não é à toa que os nossos franqueados têm, em média, 19 anos de casa”, concluiu Osvaldo.

Para finalizar a programação, Denis Santini, professor da ESPM, da FIA/Provar e sócio-diretor da MD Comunicação, falou da importância do marketing para as redes de franquias e explorou os desafios e especificidades da relação entre franqueados e franqueadores. “A relação entre as duas pontas deve ser de soma. Tanto franqueado como franqueador precisam entender que têm os mesmos interesses e objetivos e que, para alcançá-los, devem trabalhar em sintonia, gerando vantagens competitivas para ambos”, explica Denis.

“O dia a dia da relação entre franqueados e franqueadores é desgastante e, assim como em um casamento, é preciso ter uma série de práticas diárias para manter uma troca eficiente e produtiva”, descontraiu o professor. Denis ressaltou ainda que o franchising é uma oportunidade para quem quer ser um empreendedor, pois, segundo ele, para abrir uma franquia, em muitos casos, não é necessário ser um especialista no segmento que em vai atuar