sábado, 25 de agosto de 2007

Big Mac faz 40 anos e vira estátua de 4 metros

Jim Delligatti pilota carrinho com a estátua do Big Mac (Foto: Henny Ray Abrams/AP)

Jim Delligatti levou dois anos para convencer o McDonald's de que o Big Mac era uma boa idéia, e 40 anos depois se orgulha de ter inventado um dos lanches mais consumidos do mundo, que agora ganha seu próprio museu, em North Huntingdon, perto de Pittsburgh, na Pensilvânia.
No museu, foi colocada a "maior estátua do Big Mac do mundo", de quatro metros de altura por três metros e meio de largura.

Em 1967, como franqueado do McDonald's, Delligatti foi autorizado pela marca a colocar dois hambúrgueres num só sanduíche. Um ano depois, o McDonald's passava a incluir a invenção no cardápio de toda a rede.
"Eu achava que precisávamos de um sanduíche grande", disse Delligatti, de 89 anos.
"Mas você não podia fazer nada se eles não lhe dessem permissão."
Para delírio de Delligatti, o produto foi "um sucesso imediato", lembra ele, acrescentando que a receita praticamente não mudou desde que o primeiro Big Mac foi vendido, em Uniontown, na Pensilvânia.
"No primeiro dia usamos só o pão comum, não tínhamos a fatia central. Daquele jeito, ficava muito melecado. No dia seguinte, colocamos a fatia central, e hoje em dia parece igual", contou.

Em 1967, o primeiro Big Mac custava apenas US$ 0,45, e a rede tinha apenas mil lojas. Hoje em dia, o sanduíche sai por US$ 2,69 nas 18 franquias McDonald's da família Delligatti no oeste da Pensilvânia, e a maior rede mundial de fast-food tem mais de 31 mil lojas no planeta.
Nesse intervalo de tempo, o Big Mac se tornou quase tão presente quanto o próprio "M" dourado da rede. O lanche é tão difundido que chega a se prestar como indicador cambial, no "índice Big Mac", publicado anualmente pela revista The Economist, que usa o sanduíche para aferir o valor real das moedas frente ao dólar.

Sanduíche não é o preferido
Mas, afinal de contas, Delligatti acha que não recebeu muito do McDonald's por ter criado o Big Mac.
"Tudo o que eu recebi pelo Big Mac foi uma placa," disse ele, acrescentando que na verdade o Big Mac sequer é seu item preferido do cardápio do McDonald's.
Nessa semana, no entanto, o papel que ele desempenhou na criação do Big Mac será comemorada na inauguração do Museu do Big Mac, que ficará dentro do restaurante McDonald's, de propriedade da família Delligatti, em North Huntington, Pensilvânia.
Além de mostrar pacotes antigos do Big Mac e outros souvernirs do sanduíche, a loja também terá um busto de bronze do criador do lanche.
Delligatti ainda participa do empreendimento que começou em 1956 após conhecer o McDonald's durante uma viagem para uma feira da National Restaurant Association em Chicago.
No mês que vem ele comemorará seu 50º ano como franqueado do McDonald's. O octagenário empresário ainda visita seu escritório todos os dias e seu filho Mike, que também participa dos empreendimentos da família, diz que Delligatti ainda é o chefe.
"Simplesmente gosto de estar envolvido e fazendo algo", disse o chefe do clã. "Estou com 89 anos e me sentiria péssimo se, de repente, não pudesse mais fazer isso."

Símbolo americano
O Big Mac virou símbolo da cultura popular americana, apesar de ser também sinônimo da má alimentação.
Embora os irmãos McDonald's tenham inaugurado a primeira lanchonete da rede nos anos 40, na Califórnia (oeste), o sanduíche duplo foi "inventado" por uma das primeiras franquias da marca em agosto de 1967.
"Há 40 anos nunca teria pensado que minha invenção faria parte da herança cultural americana", afirmou Delligatti.

Rede
Atualmente, o McDonald's, com 30 mil lojas espalhadas pelo mundo, vende mais de 550 milhões de Big Mac a cada ano somente no mercado americano. Depois dos americanos, são os japoneses os maiores fãs do hambúrguer duplo.
Presente em cerca de 100 países em todo o mundo, o famoso sanduíche virou até índice econômico: a revista "The Economist" criou o índice Big Mac, que compara o poder de compra de uma moeda em relação ao dólar.
O preço em dólares de um Big Mac na China é de US$ 1,45 (cerca de R$ 2,90), contra US$ 4,01 (R$ 8) na Grã-Bretanha, e US$ 4,17 (R$ 8,40 aproximadamente) em demais países europeus, segundo a edição de julho da revista. Na Islândia, é onde o Big Mac custa mais caro: US$ 7,61 (cerca de R$ 15,2). No Brasil custa R$ 6,90 (cerca de US$ 3,45).


A estátua de quatro metros de altura do Big Mac (Foto: Henny Ray Abrams/AP)

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